segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Deixar de acreditar na NOSSA força? Jamais!!!


Desde o começo, no dia em que abri esse blog com o título: “Mídia: valor de uso ou valor de troca?” a minha intenção estava exatamente exposta no ponto de interrogação: debater não para chegar a uma concuslão sobre o assunto, mas sim abordar as diversas facetas desse paradoxo.

No final das contas, ainda pulsa em mim o grande desejo e esperança de uma consciência coletiva que tenha a mesma motivação e atitude que teve Charles Chaplin ao revolucionar uma época quando produziu “O Grande Ditador”, em 1940.

Em um mundo em que as relações se tornam cada vez mais virtuais, cabe a nós assistir a um grande espetáculo sobre as nossas próprias vidas ou então ter a coragem e determinação de Chaplin e utilizar o poder que temos acesso a nosso favor e em prol da sociedade como um todo.
Pedindo a permissão do Dimas para reproduzir o Último Discurso aqui no fechamento do meu bolg, já que sem saber, ele nos apresentou, no último dia de aula, uma das obras que mais marcaram a minha vida e que me fizeram pensar e agir como faço no presente momento da minha vida. Espero nunca perder a minha essência pela busca do conhecimento, e agradeço a todos que contribuíram para tal.

"Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de ajudar – se possível – judeus, o gentio... negros... brancos.

Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as nossas necessidades.

O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens... levantou no mundo as muralhas do ódio... e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo será perdido.

A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem... um apelo à fraternidade universal... à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora... milhões de desesperados, homens, mulheres, criancinhas... vítimas de um sistema que tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do que o produto da cobiça em agonia... da amargura de homens que temem o avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.

Soldados! Não vos entregueis a esses brutais... que vos desprezam... que vos escravizam... que arregimentam as vossas vidas... que ditam os vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar... os que não se fazem amar e os inumanos!

Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar esta vida livre e bela... de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos por um mundo novo... um mundo bom que a todos assegure o ensejo de trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.

É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder. Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da democracia, unamo-nos!

Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês, Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os olhos!"



Espero que a construção desse blog tenha contribuído com uma pequenina parte desse processo contínuo e infinito.
Fica aqui o meu grande obrigada ao Dimas e a todos meus colegas de sala da disciplina “Mídia e Poder”.
Valeu pessoal!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Uma reflexão sobre midia e poder


Marx, em O capital, conceitua valor de uso de acordo com sua utilidade: "É a utilidade de uma coisa que lhe dá um valor de uso, mas essa não surge no ar. É determinada pelas qualidades físicas da mercadoria e não existe sem isso". Diferentemente do valor de troca, pode-se dizer que o valor de uso tem uma relação qualitativa, enquanto o valor de troca tem relação quantitativa.
Fonte: Wikipédia

Michel Foucault, filósofo francês, trata do poder nas microestruturas do cotidiano e das instituições. Para ele, o poder não somente reprime, mas também produz efeitos de verdade e saber, constituindo verdades, práticas e subjetividades.

Essa palavra quase mítica - poder - pode ter múltiplos significados. Não existe um conceito definido que define se "poder" é negativo ou positivo. Contudo, o que devemos criar consciências é que temos mais poder do que imaginamos, mas nao tomamos a atitude de exercê-lo porque nos limitamos a definirmos nós mesmo a sermos “pequenos” demais frente aos “poderes maiores”, que muitas vezes são tratados como intocáveis e imutáveis.

Temos que nos atentar que as teorias da comunicação, por exempli, se modificaram muito ao longo do tempo. Hoje há um jogo entre as trocas de mensagens e comunicações - existe um caminho de mão dupla -. O antigo “receptor” quer agora interagir, dialogar, e é extremamente exigente. Por isso nao é tão simples manter uma estrutura de poder. E é desse momento atual que temos de introjetar e formular maneiras de ser parte atuante desse contra-fluxo de tentativa de manipulação.
É nesse processo todo que se dá o valor de uso e também o valor de troca da mídia, de maneira simultânea e contínua. Só depende de que lado do palco você está no momento do espetáculo.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os conglomerados midiáticos x concetração do poder


“A midia, assim, atua tanto por adesão ideológica à globalização capitalista quanto por deter a capacidade única de interconectar o planeta através de satélites, cabos de fibra óptica e redes”.

Nos anos 80, existiam por volta de 50 empresas transnacionais de mídia. Esse número decaiu para 27 no início dos anos 90. No final de 2000 eram apenas 7 os maiores conglomerados midiáticos do planeta, advindos de grandes potencias capitalistas como EUA, Europa e Japão. Os sete gigantes são:

  • Time Warner
  • Disney
  • Vivendi
  • Universal
  • Viacom
  • Bertelsmann
  • Sony
  • News Corporation
A maioria das marcas globais advém dos grandes conglomerados midiáticos do mundo. Sendo que os gupos de comunicação locais buscam alcançar o lucro e rentabilidade que orientam as ações dos demais gigantes transnacionais.

O mais notável é que nada difere as características corporativas desses gigantes de grandes empresas como General Motors, McDonald’s e IBM. As diferenças lestão apenas nas áreas específicas de atuação — muito embora essa separação venha se reduzindo descaradamente, em função da convergência multimídia, dos investimentos plurissetoriais, da internacionalização de mercados, de alianças, fusões e participações cruzadas.

Esse é o processo de concentração do poder que se faz tão fortemente no processo da ordem de produção capitalista. Em síntese, as corporações de mídia projetam-se, a um só tempo, como agentes discursivos, com uma proposta de coesão ideológica em torno da ordem global, e como agentes econômicos presentes nos hemisférios de maneira quase que onipresente.

















segunda-feira, 17 de novembro de 2008

"Muito além do Cidadão Kane"


"Muito além do cidadão Kane" é um documentário de Simon Hartog sobre a Rede Globo, feito para a TV britânica há 10 anos. Por mais incrível que pareça, diante de todo o discurso de democracia e liberdade de expressão, a Rede Globo ainda consegue vetar a divulgação no Brasil.

Apesar de todas as mudanças em nosso país, o último trabalho de um grande documentarista permanece refém de artifícios jurídicos. Simon Hartog cometeu a ousadia de dirigir seu olhar sobre a nossa televisão e, no Brasil, é muito perigoso mexer com os interesses dos poderosos, ainda mais falando do maior magnata do impériao da comunicação brasileira: Roberto Marinho.

A justiça se tornou desculpa para ‘censura’. Em contrapartida, criou-se uma grande rede de vídeos piratas, que se encarrega de divulgar de todas as maneiras possíveis o documentário mais proibido do Brasil. Mais uma forma de resistência da guerrilha tecnológica pela Internet. O vídeo costumava ser acessado no site de militantes como o Antenor Camargo Neto, mas, infelizmente, o provedor está temporariamente ‘fora do ar’. Mistérios da Internet?

É nesse contexto que podemos realmente enxergar a importância de uma obra/filme que foi lançado em 1941 - "Cidadão Kane" - e ainda é motivo de tamanha polêmica e alvo derivativo dos mais diversos tipos de estudos, análises e debates. É uma pena que abordar o quase intocável mundo dos magnatas da comunicação e da imprensa marron seja sinômino de boicote e repressão.

Segue a primeira parte do documentário, que pode ser encontrado integralmente no Youtube, pelo menos por enquanto. Clique aqui para acessar.


segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Papel da Mídia no Impacto da Turbulência Financeira no Brasil

Especulações, mesas-redondas com especialista em economia, debates de cidadãos comuns postados no Youtube. Em meio a toda essa confusão, qual a melhor maneira de realmente saber sobre o cenário atual da crise que está ocorrendo pelo mundo, bem quando e de que forma ela atingirá o Brasil?

Na semana de 10/11 os investidores da Bovespa foram proibidos de comentar sobre a crise, ao mesmo tempo em que as grandes marcas já se preocupam com a percepção do consumidor sobre a crise e como isso afetará seus hábitos de consumo.

No geral, o que a mídia está tentano passar, até o momento, é uma visão geral de que o Brasil consiste em uma ilha isolada em sua auto-suficiência por suas riquezas naturais. Pode haver uma remota possibilidade que sim, mas a verdadeira questão que devemos colocar em cheque é se a GRANDE MÍDIA está manipulando o panorama dos impactos da crise no Brasil.

Afinal de contas, somos peças (por vezes passivas) do jogo de interesses entre grandes corporações econômicas x família de magnatas da comunicação x governo federal? Até que ponto é interessante para os grandes meios comunicação veicular o real cenário da crise que já está bem avançado fora do território nacional. E como isso irá me afetar e te afetar a curto e longo prazo?

Assista a matéria do Jornal da Gazeta veiculada no Youtube. Então nos perguntamos: como, em um cenário tão volúvel e mutável, Lula afirma que o Brasil está protegido contra a crise?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O uso das novas mídias na disputa à Casa Branca


Em apenas quatro dias, o encanador Samuel Wurzelbacher tornou-se a celebridade do momento nos Estados Unidos. Ele foi filmado confrontando Barak Obama sobre a proposta de cobrança de impostos feita pelo candidado que, segundo Samuel, seria extremamente prejudicial e o impossibilitaria de comprar uma pequena empresa hidráulica. Claro que, em pouco mais de algumas horas, o vídeo já estava circulando no YouTube.

Dessa forma, no último dia 15, John McCain citou o encanador mais de 20 vezes durante um debate contra o democrata, citando-o como exemplo de pequeno empresário que sofre com a política de impostos do rival.

Logo depois descobriu-se que Samuel não possue licença de encanador e nem chega perto de ganhar a quantia suficiente que resultaria em impostos maiores para ele próprio se a proposta de Obama um dia fosse validada.

Este é mais um exemplo de como as novas mídias estão sendo utilizadas, como nunca foram antes, na corrida presidencial norte-americana. Desde o inícia de sua campanha, Obama vem utilizando a web para arrecadar doações para sua campanha e para mobilizar pessoas.

Na famosa rede de relacionamentos Facebook - que existe há quatro anos - foi criada a rede social e ferramenta colaborativa my.barackobama.com, que incitou massas de voluntários a se estruturarem em prol do candidato. Por meio dela, é possível aos assossiados criar blogs sobre Obama, enviar recomendações a seu comitê, além de criar seus próprios sites de arrecadação de fundos e organizar eventos nacionais.

A última jogada digital da equipe de Obama foi uma parceria com a Eletronic Arts - empresa de videogame - que veiculou anúncios da campanha democrata em 18 jogos diferentes direcionados para o público jovem.

Assim, facilmente podemos entender a tentativa de McCain em contra-atacar utilizando os mesmos meios, apesar da tentativa não ter sido tão bem sucedida quanto ele esperava.

Assim sendo, é neste cenário atual que se torna interessante observar - entre tantas outras coisas - como se se desenrola o processo pelo qual cidadãos comuns aumentam a estatística das celebridades instantêneas que têm sido reveladas pelas novas mídias.

Esse o link do vídeo - acessado quase 30 milhões de vezes até o momento: 20/10/08 às 16h48 - utilizado por McCain contra Obama:


Segue o vídeo do debate, em uma das vezes em que McCain cita o encanador:

Velocidade x Veracidade


Esse é tema do nosso primeiro seminário: existe a dicotomia da velocidade das informações versus a veracidade das mesmas? As novas mídias estão contrinuindo cada vez mais para que o tema seja tido como paradoxo?

Nosso objetivo não é tomar frente de nenhuma vertente radical, muito menos defender um único ponto de vista, mas sim discutir o cenário atual do webjornalismo, com base em cases que exemplificam como ocorre o fluxo das informações atualmente.
Abraço para os companheiros de grupo!

domingo, 14 de setembro de 2008

A alienação na TV



Dialética (do grego διαλεκτική) era, na Grécia Antiga, a arte do diálogo, da contraposição e contradição de idéias que leva a outras idéias.
Fonte: Wikipédia


Como poderíamos nós, que ocupamos o topo da pirâmide educacional em um país carente de conhecimento, afirmar a existência de uma verdade absoluta em relação ao poder de alienação que a televisão exerce na vida dos cidadãos, no mundo atual?

Se a nossa geração já nasceu gritando por liberdade de expressão e pela livre manifestação intelectual, não creio que seja muito inteligente nos unirmos ao pensamente generalista e, na maioria das vezes pessimista, sobre o futuro da mídia televisiva no Brasil e seu impacto na vida das pessoas. Inegavelmente, muito lixo cultural é produzido pela TV, mas apenas porque é neste processo que se dá a fórmula de sucesso que a gera lucro para os donos do poder. Se a demanda fosse outra (e isso depende unicamente de cada um de nós), certemente o conteúdo também seria, pois o processo de não é de imposição, mas sim da percepção do que entretem e agrada à maioria do público.

Contudo, o contra-movimento precisa ser reconhecido, e cada cidadão não pode ser apenas classificado como mais uma marionete passiva de uma massa uniforme, sem pensamentos críticos e como receptores passivos de informações vazias e alienantes. Devemos criar a consciência de que fazemos SIM parte de uma sociedade dialética, onde nada é imutável ou indestruível, desde pré-conceitos e verdades que se julgam serem universais. Alguns podem negar, mas a "revolução" já começou (me chame de otimista quem quiser), e o poder pode não estar na maõ de todos (já que a ignorância ainda de faz presente no dia-a-dia dos brasileiros), mas está ao alcance de quem possue embasamento para utilizá-lo a favor da NÃO-ALIENAÇÃO.

O vídeo que decidi postar nos faz refletir sobre o tema e mostra que o primeiro passo para reagir, é reconhecer e identificar as nossas fraquezas enquanto consumidores-cidadãos. Confira:


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"Não estamos alegres, é certo, mas também por que razão haveríamos de ficar tristes? O mar da história é agitado. As ameaças e as guerras haveremos de atravessá-las, rompê-las ao meio, cortando-as como uma quilha corta as ondas." Maiakovski ( 1927)

domingo, 7 de setembro de 2008

Regras do Blog

Este Blog é particular e visa discutir questões sobre o cenário Mídia e Poder na sociedade atual. Os comentários postados representam as opiniões pessoais e são de total responsabilidade de quem os manifesta. Comentários que se julgar ofensivos, serão deletados. Agradeço a todos pela colaboração e comentários.

E aqui estamos...

MOMENTO INTROSPECÇÃO: depois de mergulhar a fundo no mercado de trabalho, não poderia haver maneira mais estimulante de reavivar minha paixão resguardada da época de graduação pelas discussões de temas tão fundamentais presentes em nosso dia-a-dia como profissionais de comunicação e como pessoas as quais encontram-se envolvidadas em um processo "ativo-passivo" gerado pela mídia, que nos faz desempenhar papéis de produtores e consumidores de informação e conhecimento. Ou seria de fatores aliantes? É o que todos tentam definir e o que muito precisamos discutir.

Bartira Riguetti Calça.